Castelo Branco, O Camilo
Aqui está mais um vulto que com outros – tanto na esfera literária,
quanto na esfera histórica e ainda mais na teológica – têm se esvaído de nossas
memórias, como uma nuvem dispersa a vagar pelo destino inserto e como uma
poeira que é soprada pelo vento deste progressivismo, rotulado por pós-moderno.
As suas obras agigantadas, que revelara o ser e caráter desse que propunha, com
suas penas, mostrar o que se espera de mentes como a sua, farta e sofredora,
como bem disse Antônio Houaiss, “tem autor que não será compreendido, senão por
longos anos após a suas obras e sua morte”. É Camilo Castelo Branco, hoje,
relegado para os rodapés das memórias comuns. Não obstante, seus escritos como
novelas, romances e poemas, estão vivos nas memórias dos que têm um olhar
fraternal para além dos mitigantes personagens; olhar-se-á para além do
prisioneiro; comtemplar-se-á o que foi aclamado, em Portugal, por seus sinceros
e profundos textos.
Principiando seus
primeiros textos, com vinte anos, em 1845, saem-lhe a produção
poéticas, no Porto; em 1846, sem ter, ainda escrito a que será sua maior
produção literária, as novelas, ficando neste mesmo ano, apenas publicando
poemas e colaborando em jornais; Anátema, sua primeira novela, publicada em
1850 em folhetins, pela revista A Semana. De 1852 a 1855 mantém intensa atuação
jornalística ao mesmo tempo em que começam a sair com pequenos intervalos
livros seus, em prosa ou verso, bem como em folhetins.[1]
Isso posto, com
toda essa vasta obra, que infelizmente em nossos dias, as escolas e as faculdades
– me arrisco em ser verdadeiro e preciso – não o tem em seus meios de pesquisas
ou de leituras para fins de conhecimentos de sua própria língua. Até mesmo nós e
os que nos circundam, nada falamos sobre esse grande escritor, nem temos alguma sinbcera simpatia por conhecê-lo.
Ao escrever de
forma acanhada e pobre sobre Camilo Castelo Branco, não tenho a intenção de
principiar ou introduzir algum trabalho biograficamente, pois outros já o fizeram com
maestria, como, por exemplo Antônio Houaiss, em Edições de Ouro, com uma
análise crítica sobre o autor. Minha intenção é, portanto, a de tornar
memorável o seu bicentenário. Não nesta data. Mas neste ano. Nascido em 16 de
março de 1825.
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